Foi na década de 70 que o CIMI
(Conselho Indigenista Missionário) adotou e divulgou o Anel de Tucum, hoje
usado no mundo inteiro por quem assume a luta pelas causas populares,
misturando-se com a sorte dos pobres da terra. O anel de tucum é um símbolo
usado por aqueles que acreditam no compromisso preferencial das Igrejas com os
pobres, com o objetivo de resgatar este compromisso e denunciar as causas da
pobreza. Esse símbolo foi bem escolhido, pois assim como é penoso fazer o anel
de tucum, também é árdua a luta por dignidade, vida, esperança e paz.
Tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento os profetas e apóstolos afirmam a fidelidade de Deus aos pobres e
oprimidos, pois Ele está do lado dos pobres porque ama os pobres. Por isso o
cristão é chamado a seguir este mesmo exemplo de amor e opção preferencial que
tenta promover a dignidade humana. No pobre revela-se o rosto do próprio Deus
(Mt 25,40).
Dom Pedro Casaldáliga explica
assim o sentido desta aliança: “(...) Este anel é feito a partir de uma
palmeira da Amazônia. É sinal da aliança com a causa indígena e com as causas
populares. Quem carrega esse anel significa que assumiu essas causas. E, as
suas consequências. Você toparia usar o anel? Olha, isso compromete, viu?
Muitos, por causa deste compromisso foram até a morte (...)". Dom Pedro
Casaldálgia, era um grande representante dos adeptos ao uso do anel, e fez uma
poesia que representava o que é acreditar nessa aliança:
O Anel de Tucum - Dom Pedro Casaldáliga
“... Chamar-me-ão de subversivo/
Eu responderei incisivo:/
O sou. Pelo meu povo que luta,/
Pelo meu povo que trilha
apressado/
Caminhos de sofrimento./
Eu tenho fé de guerrilheiro/
E amor de revolução./
E entre Evangelho e canção/
Penso, e digo o que sei./
Se escandalizo, primeiro/
Eu me abrasei de Paixão/
Na cruz do meu Senhor!.”
Pastoral da
Juventude e o anel de tucum
Além da Bíblia, a opção pelos
pobres é testemunhada também por toda a tradição da Igreja, principalmente na
América Latina, a partir do Concílio Vaticano II e das Conferências dos Bispos
em Puebla e Medelin. Esta opção é a essência da vida cristã porque está ligada
à imitação da vida de Cristo.
E este compromisso é levado a sério
pelas Pastorais da Juventude, fazendo valer a luta pelas causas populares, se posicionando contra as
opressões e preconceitos que a sociedade impõe sobre os excluídos, buscando levar
os jovens à reflexão dessas causas, através dos encontros, formações e cânticos
que remetem a vida sofrida e de grandes vitórias de nosso povo. A PJ Toledo se
mantem em sintonia com a igreja do Brasil, assim, ao termino das etapas de
formação (EDL), os jovens concluintes foram presenteados com um anel de tucum,
simbolizando que aceitaram a causa, e agora estão em missão.
Em nossa diocese, trabalhando
dentro de nossa realidade, a PJ vem buscando seu espaço, através de seu modo
alegre de ser, promovendo campanhas em favor da vida da juventude, mantendo a
juventude em missão e passando a todos os jovens dos grupos de base, através de
sua formação integral, o respeito que devemos cultivar aos povos excluídos.
No mês de Junho, ao termino das
Escolas Diocesana de Liderança (EDL), formamos 30 novos líderes jovens,
que assumiram esta causa. São 30 novos anéis de tucum que veremos por ai, simbolizando
e mostrando que nossa juventude esta ativa, em sintonia com a Igreja e buscando
seus direitos como cidadão com muita reza, muita luta e muita festa.
Adilson Miguel Alberton
Giovani Garcia Bessegato
Coordenação Diocesana da Pastoral
da Juventude
Artigo publicado na Revista Diocesana Cristo Rei no mês de Agosto
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